PASSO A PASSO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Estimulando o desenvolvimento de quize a dezoito meses

    A dialética é a arte do diálogo. Nesta fase de estruturação verbal, o diálogo é uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento dos recursos neurolingüísticos que serão utilizados e aperfeiçoados pelo ser humano durante o decorrer de toda a sua existência. Nas fases iniciais da vida, a dialética entre os pais e os bebês tem função estrutural, ou seja, os padrões sonoros, sendo armazenados e reforçados, estruturarão padrões reconhecíveis pelas áreas auditivas da mente. Quando a criança consegue relacionar as mensagens verbais às informações visuais concomitantes, acontece a dialética demonstrativa, iniciando o processo de interconexão entre diferentes áreas cerebrais. Quando o processo está estabelecido, as diferentes áreas do cérebro começam a interagir e a dialética se torna associativa, ou seja, as mensagens verbais desencadeiam a formação de imagens mentais e a criança reconhece pelo nome o objeto em questão, mesmo que esteja fora do seu campo de visão. A próxima conquista da mente será associar mais de dois padrões reconhecidos e temos então a dialética comparativa.

    Os pais podem estimular o desenvolvimento dos filhos através do diálogo, seja ensinando os nomes dos objetos e ações (dialética demonstrativa), seja através do exercício de reconhecimento de mensagens (dialética associativa), seja pela estruturação de conceitos um pouco mais complexos, envolvendo idéias como tamanho (grande e pequeno), peso (leve e pesado), temperatura (quente, morno e frio), consistência (mole e duro), entre outros (dialética comparativa).

    Todos esses exercícios estimulam as interconexões entre as células de diferentes áreas do cérebro, estruturando o arcabouço neurolingüístico primitivo diretamente relacionado com a qualidade da inteligência do indivíduo.

    Uma das brincadeiras mais envolventes e estimulantes que trabalham estes conceitos é a de esconder e procurar objetos. No início, o desafio deve ser bem simples. O objeto em questão deve ser mostrado e ocultado sob as vistas da criança. Os pais, em seguida, perguntam onde está o objeto e logo o mostram novamente, especificando a sua localização, sempre com bastante animação e alegria. Com o tempo, os pais podem introduzir elementos mais complexos à brincadeira, acrescentando mais um objeto (por exemplo, um grande e um pequeno) e esclarecendo noções espaciais de localização (em cima, embaixo, na frente, atrás etc.). É importante estar ciente de que as noções serão apenas introduzidas. A assimilação dos conceitos é lenta e os pais não devem esperar que a criança demonstre verbalmente ter aprendido alguma coisa.

    As conversas habituais com a criança também são ótimas oportunidades para treinar os conceitos e, com o tempo, os pais vão começar a desenvolver especial sensibilidade para perceberem qual o tipo de estímulo é mais adequado para cada situação.

    No campo da coordenação motora, os brinquedos continuam sendo importantíssimos, principalmente aqueles que estimulam algum tipo de manipulação. O espaço e a liberdade de exploração são indispensáveis e começamos a notar crescente necessidade de a criança participar das atividades dos adultos e das reuniões familiares. A imitação sistemática da rotina diária torna-se uma das brincadeiras preferidas e é a maneira pela qual a criança começa a compreender a razão dos hábitos domésticos. Estas atitudes são um sinal de sintonia com o ambiente e perfeito desenvolvimento neuropsicomotor, devendo ser plenamente incentivadas, uma vez que contribuem decisivamente para a estruturação dos referenciais psicodinâmicos que apóiam a formação da identidade e da personalidade.