EMBRIOFETOPATIAS MEDICAMENTOSAS
Retinoides

    Os retinóides (derivados de síntese da vitamina A), formam junto com a talidomida, o grupo de medicamentos de maior poder teratogênico conhecido na espécie humana. Atualmente dois derivados estão em uso clínico: a isotretinoína e o etretinato.

    A isotretinoína é utilizada para o tratamento da acne (popularmente conhecida como espinhas). Seu uso na gravidez está associada a uma síndrome malformativa bem conhecida, caracterizada por anomalias crânio-faciais (hipoplasia da face, microftalmia, fenda palatina, microtia e anomalias do canal auditivo externo); malformações do sistema nervoso central (microcefalia, hidrocefalia, cisto da fossa posterior, cegueira cortical, paralisia facial, paralisia oculomotora, anomalias do fechamento do tubo neural, holoprosencefalia); malformações cardíacas (comunicação inter-ventricular, transposição de grandes vasos, tetralogia de Fallot, hipoplasia do arco aórtico, hipoplasia do ventrículo esquerdo); anomalias gênito-urinárias (hidronefrose e hipoplasia renal); entre outras (fístula esôfago-traqueal, hipoplasia suprarrenal, etc...). A isotretinoína é completamente eliminada do organismo somente um mês após terminado o tratamento. Nesse período a mulher deve estar em regime de anticoncepção.

    O etretinato é um medicamento utilizado na terapêutica de outro problema dermatológico: a psoríase. Seu uso durante a gestação humana está associado a diversas anomalias como distúrbios do fechamento do tubo neural, acometimento do sistema nervoso central com anoftalmia, malformações esqueléticas e crânio-faciais. Devido à eliminação excessivamente lenta deste medicamento do organismo, a gravidez estará absolutamente contra-indicada durante todo o tratamento e por mais dois anos após a sua interrupção.

    É importante lembrar que estes produtos são absorvidos pela pele, e os riscos teratogênicos existem mesmo quando utilizados sob a forma de cremes.