O nascimento é um dos momentos mais importantes do ser humano. Fisiologicamente, envolve prodigiosa adaptação orgânica realizada nos primeiros minutos de vida e que se traduz em mudanças circulatórias e respiratórias radicais.
Durante a vida intra-uterina, o feto não utiliza os pulmões para oxigenar o sangue, sendo esta função desempenhada pela placenta. Uma vez que os pulmões ainda não entraram em processo de expansão, não têm capacidade para suportar todo o fluxo circulatório tal qual se dá na vida extra-uterina. O sangue é desviado da circulação pulmonar fetal através de um canal arterial e uma abertura entre os átrios do coração. Logo após o nascimento e a secção do cordão umbilical, estes canais fecham-se e as artérias pulmonares dilatam-se, estabelecendo a circulação pulmonar para a oxigenação do sangue. É um fenômeno complexo que se processa naturalmente mas que, às vezes, pode precisar de supervisão e intervenção pediátrica especializada, em razão de eventuais complicações.
Nesta fase, o maior risco para o recém-nascido se dá quando, por qualquer razão, o fluxo placentário é interrompido (antes do nascimento) ou a atividade pulmonar demora alguns minutos para tornar-se operante (após o nascimento). Nestes casos, a oxigenação sangüínea é comprometida. É o que chamamos de anoxia neonatal.