Há algumas décadas, antes do advento da penicilina, a sífilis ocupava o lugar que atualmente é da AIDS: uma doença venérea estigmatizante, lentamente fatal, que produz síndrome congênita grave quando presente na gravidez .
A sífilis não mudou e ainda existe. Em compensação, há tratamento simples, seguro, eficaz e barato. Isto para o adulto, porque o tratamento das seqüelas da sífilis congênita nem sempre é fácil.
Clinicamente, o quadro de sífilis congênita caracteriza-se por manifestações ósseas (osteocondrite sifilítica), miocardite, pneumonia, meningite, lesões do sistema nervoso central com retardo do desenvolvimento neurológico, paralisias, lesões oculares, surdez, hepatite, entre outras.
Para evitar tão terríveis conseqüências, a melhor solução é prevenir. Basta colher sorologia do casal antes da concepção. Caso o resultado seja positivo, realiza-se o tratamento antibiótico. Algum tempo após o tratamento, o médico pode repetir a sorologia para verificar se houve cura efetiva. Independente do resultado da sorologia anterior à fecundação, durante a gravidez, o médico pode solicitar outra sorologia, a fim de detectar possível reativação ou infecção recente pela espiroqueta causadora da sífilis.
Aqui a simplicidade do tratamento e a gravidade do quadro clínico não deixam dúvidas de que o único caminho é pôr os preconceitos de lado, colher os exames e assumir a responsabilidade, quando for o caso. Tudo em nome do futuro dos filhos.